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Ficha técnica, letras das canções e as capas dos discos,
sempre que os temas concorrentes foram editados

 

Canção nº 1
Título: Pecado (do) Capital
Intérprete: Fernando Girão e Jorge Palma
Música: Pedro Osório e Jorge Palma

Letra: Pedro Osório e Jorge Palma

Orquestração: Pedro Osório e Jorge Palma

Dir. de Orquestra: Pedro Osório
Vídeo:  aqui

Quem será que nos vai contratar no ano que vem?
Quem será que nos vai enganar no ano que vem?
Quem será que vai dizer que não tem dinheiro?
Quem será que vai chuchar no dedo o ano inteiro?


Quem será que nos vai encantar com tudo o que viu?
Quem será que nos vai falar de coisas que nunca viu?
Quem será que vai ser fuzilado no chile?
Quem será que vai ser torturado no brasil?


Quem está por cima afirma que a razão do mal
Só tem a ver com o pecado original
Mas diz o povo que o pecado essencial
É o capital!


Quem está por cima afirma que a razão do mal
Só tem a ver com o pecado original
Mas diz o povo que o pecado essencial
É o capital!


Será desta vez que acaba o medo do comunismo?
Será desta vez que acabam com o analfabetismo?
Será desta vez que vai morrer a saudade
Será desta vez que vai nascer a liberdade
Será desta vez que o mundo assiste ao conflito atómico?


Quem será que desta vez resiste ao caos económico?
Será que alguém desta vez vai ter salvação?
Quem será que vai aproveitar esta canção?


Quem está por cima afirma que a razão do mal
Só tem a ver com o pecado original
Mas diz o povo que o pecado essencial
É o capital!


Quem está por cima afirma que a razão do mal
Só tem a ver com o pecado original
Mas diz o povo que o pecado essencial
É o capital!


Quem está por cima afirma que a razão do mal
Só tem a ver com o pecado original
Mas diz o povo que o pecado essencial
É o capital!
O pecado capital, o pecado capital.

Canção nº 2
Título: Madrugada
Intérprete: Duarte Mendes
Música: José Luís Tinoco

Letra: José Luís Tinoco

Orquestração: Pedro Osório

Dir. de Orquestra: Pedro Osório
Vídeo:  aqui

Dos que morreram sem saber porquê

dos que teimaram em silêncio e frio

da força nascida no medo

da raiva à solta manhã cedo

fazem-se as margens do meu rio.

 

das cicatrizes do meu chão antigo

e da memória do meu sangue em fogo

da escuridão a abrir em cor

do braço dado e a arma flor

fazem-se as margens do meu povo

 

canta-se a gente que a si mesma se descobre

e acorda vozes arraiais

canta-se a terra que a si mesma se devolve

que o canto assim nunca é demais

 

em cada veia o sangue espera a vez

em cada fala se persegue o dia

e assim se aprendem as marés

assim se cresce e ganha pé

rompe a canção que não havia

 

acordem luzes nos umbrais que a tarde cega

acordem vozes e arraiais

cantem despertos na manhã que a noite entrega

que o canto assim nunca é demais

 

cantem marés por essas praias de sargaços

acordem vozes, arraiais

corram descalços rente ao cais, abram abraços

que o canto assim nunca é demais

o canto assim nunca é demais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Canção nº 3
Título: Batalha-Povo
Intérprete: Paco Bandeira
Música: Paco Bandeira

Letra: César de Oliveira
Orquestração: Pedro Osório

Dir. de Orquestra: Pedro Osório
Vídeo:  aqui

Eu hoje sou barco

subindo manhãs

sou remo lançado

no rio amanhã

 

Sou campo e cidade

sou mão que a esqueceu

de acenar saudades

e dizer adeus

Eu sou a maré nova

na praia velha

Trago de liberdade duas mãos-cheias

sou força do trabalho que se semeia

 

Sou o estandarte novo

desta muralha

sou a batalha-povo

que em mim se ganha

pão que por mim se ceifa

e em mim se espalha

 

Sou corpo desperto

que encara de frente

um sol do tamanho

do corpo da gente

 

Sou gesto e palavra

poeta, soldado

sou terra lavrada

por fúrias e arados

 

Eu sou a maré nova

na praia velha

trago de liberdade duas mãos-cheias

sou força do trabalho que se semeia

 

Sou o estandarte novo

desta muralha

sou a batalha-povo

que em mim se ganha

pão que por mim se ceifa

e em mim se espalha

 

Sou corpo desperto

que encara de frente

um sol do tamanho

do corpo da gente

 

Sou campo e cidade

sou mão que a esqueceu

de acenar saudades

e dizer adeus

 

Eu sou a maré nova

na praia velha

trago de liberdade duas mãos-cheias

sou força do trabalho que se semeia

 

Sou o estandarte novo

desta muralha

sou a batalha-povo

que em mim se ganha

pão que por mim se ceifa

e em mim se espalha

 

Sou a batalha-povo

que em mim se ganha

sou a batalha-povo

que em mim se ganha

Canção nº 4
Título: Com Uma Arma Com Uma Flor
Intérprete: Paulo de Carvalho
Música: José Niza

Letra: José Niza
Orquestração: José Calvário

Dir. de Orquestra: José Calvário
Vídeo:  aqui

Nasci num país de silêncio e lutA
e cresci rasteiro

(meu pão era curto)
não vendi a esperança

nem pedi meu preço
de tudo o que vi

nunca mais me esqueço


fui vivendo à força

de suor e fome
vi levar amigos

do meu mesmo nome


nas balas da sorte

tive a minha escola
aprendi a vida na morte

em angola


numa lua cheia

saltei a fogueira
numa lua nova

saltei a fronteira


sofri um país

calei a razão
vendi minha pele em França

por pão


calaram-me a boca

cortaram-me o riso
mas estava de pé

quando foi preciso
em abril, abril,

em abril-sem-medo


vesti minha farda

fardado em segredo
em abril, abril,

em abril-sem-medo


Da raiva e da dor

do suor sem terra
deste dó maior

do lucro e da guerra
das armas em flor

nasceram razões
nasceram abraços,

nasceram canções
nasceram bandeiras

da cor deste sangue
que temos nas veias

que temos na carne
Nasceu meu país

meu país criança
em abril, abril,

tempo de mudança
meu povo, raiz,

d'um cravo de esperança

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Canção nº 5
Título: A Boca do Lobo
Intérprete: Carlos Carvalheiro

Música: Sérgio Godinho

Letra: Sérgio Godinho
Orquestração: Pedro Osório

Dir. de Orquestra: Pedro Osório

Vídeo: aqui 

Andam por aí os restos do passado

andam por aí os testos

dos restos mortais dos tachos de comida amarga

que os que ainda vivem à larga

nos querem fazer engolir

É a boca do lobo

a morder a nuca do povo

a boca do lobo

a morder a nuca do povo

a boca do lobo

a morder a nuca do povo

anda aí o funeral dos parasitas

anda aí o carnaval

anda aí como aliás já se previa a CIA

 

quem é que não desconfia?

quem é que se quer meter

na boca do lobo

a morder a nuca do povo

a boca do lobo

a morder a nuca do povo

a boca do lobo

a morder a nuca do povo

Anda,

a gente vai começar

a gente já começou

a gente vai acabar

aquilo que começou

a gente vai acabar

 

Anda o camponês a puxar a carroça

anda o operário a mourejar

anda o grande capital e os latifundiários

a arranjar processos vários

de nos continuar a meter

na boca do lobo

a morder a nuca do povo

a boca do lobo

a morder a nuca do povo

a boca do lobo

a morder a nuca do povo

 

Andam por aí os restos do passado

andam por aí os testos

dos restos mortais dos tachos de comida amarga

Que os que ainda vivem à larga

nos querem fazer engolir

E a boca do lobo

a morder a nuca do povo

a boca do lobo

a morder a nuca do povo

a boca do lobo

a morder a nuca do povo

 

Anda

a gente vai começar

a gente já começou

a gente vai acabar

aquilo que começou

a gente vai acabar

com a boca do lobo

a morder a nuca do povo

a boca do lobo

a morder a nuca do povo

a boca do lobo

a morder a nuca do povo

a boca do lobo

a morder a nuca do povo

 

 

 

Canção nº 7
Título: Canção Acesa
Intérprete: Vítor Leitão

Música: Rita Olivaes

Letra: Rita Olivaes
Orquestração: Fernando Correia Martins

Dir. de Orquestra: Fernando Correia Martins

Vídeo: aqui

Nunca a palavra madrugada
foi mulher assim apaixonada
que acorda nova e ofegante
nos braços do Povo, seu amante
nunca uma pomba incendiada
tinha desflorado o meu país
que se deu abandonado e quente
ao prazer da força libertada


assim chegou a primavera
naquela rubra manhã de amor
em que a cidade transparente
se abriu como uma flor
eu nesse dia fui nascente
e tive asas de condor
ao matar em mim a espera
de voar num céu maior


não me escureçam o espaço
desta límpida viagem
não quero tombar na margem
dum rio turvo que não passo,
não me cortem à partida
o fôlego com que me bato,
que não me invada o cansaço
no tempo desta corrida


quero rasgar o meu caminho
como em primeira noite de amor
como se nunca amor fizera
debaixo de um lençol de linho
que o meu corpo em suor
saiba ao puro mel selvagem
que o poema que hoje faço
tenha o fervor de uma reza
e que seja este amor uma certeza
e que seja este amor canção acesa

Canção nº 6
Título: Leilão da Lata
Intérprete: Fernando Gaspar

Música: Pedro Jordão

Letra: Pedro Jordão
Orquestração: Pedro Jordão

Dir. de Orquestra: Pedro Jordão

Vídeo:  Não existe

Bairro da lata vai acabar

e a banbochata vai começar

vão ladrar os gatos miar os cães

que mais valem cacos que três vinténs

 

da velha lata que já não presta

quem a arremata faz uma festa

carrocel da feira p'ra mocidade

que da brincadeira faz caridade

 

panelas tachos, tachos panelas

fêmeas e machos eles e elas

vão jogar na rifa do bailarico

uma chafarica num prédio rico

 

leilão de lata homens farrapos

sobre a sucata medram os sapos

eh! leiloeiro vende as barracas

com o recheio pulgas baratas

 

a malta da corda só que faz é lixo

negócio que engorda homem que é bicho

verme parasita e quanto mais come

tanto mais vomita e semeia a fome

 

bairro da lata vai acabar

e a banbochata vai começar

vão voar as ratas do barracão

presas pelas patas do gavião

 

leilão da lata e do casebre

até a gata passa por lebre

e depois da venda o leiloeiro

faz uma vivenda que faz dinheiro

 

e a velha lata do charlatão

é candidata à promoção

lata guarda-vento e guarda-lama

prédio monumento carro de fama

 

leilão da lata vai terminar

quando a barraca for pelo ar

fogem como gatos raivosos cães

Os ladrões velhacos dos três vinténs

 

leilão da lata vai terminar

quando a barraca for pelo ar

morre o leiloeiro e um cão polícia

lambe-lhe o dinheiro numa carícia

 

leilão da lata vai terminar

quando a barraca for pelo ar

arde uma centelha no horizonte

na terra vermelha nasce uma fonte

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Canção nº 8
Título: Memória

Intérprete: Paulo de Carvalho

Música: Fernando Guerra

Letra: Fernando Guerra
Orquestração: José Calvário

Dir. de Orquestra: José Calvário

Vídeo: aqui

Ontem

só silêncio se ouvia

o choro abafado das crianças

era os ouvidos de quem entendia

mas hoje

quase tudo mudou

não basta dizer que o dia é novo

para dar a voz a quem nunca falou

 

hoje é preciso começar

o cruzar dos braços só vai atrasar

as crianças são as mesmas sem rir sem comer

a lembrar que há tanto por fazer

hoje vamos todos acordar

o ontem na memória já deve chegar

tanta mão parada, gente que não sabe ler

mostram que está tudo por fazer

 

ontem

era noite sem dia

hoje descobrimos a manhã

no abrir dos olhos a quem já não via

hoje é preciso começar

o cruzar dos braços só vai atrasar

as crianças são as mesmas sem rir sem comer

a lembrar que há tanto por fazer

hoje vamos todos acordar

o ontem na memória já deve chegar

tanta mão parada, gente que não sabe ler

mostram que está tudo por fazer

tanta mão parada, gente que não sabe ler

mostram que há tanto por fazer

Canção nº 9
Título: Alerta
Intérprete: José Mário Branco

Música: José Mário Branco

Letra: Grupo de Acção Cultural - Vozes na Luta
Orquestração: Luís Pedro

Dir. de Orquestra: Luís Pedro

Vídeo: aqui

Alerta! alerta!
às armas! às armas!
alerta!


pelo pão e pela paz
e pela nossa terra
pela independência
e pela liberdade
alerta! alerta!
às armas! às armas!
alerta!


pelo pão que lhes rouba a burguesia
que os explora nos campos e nas fábricas
operários, camponeses hão-de um dia
arrebatar o poder à burguesia
abaixo a exploração!
pelo pão de cada dia!
pois claro!


pelo pão e pela paz
e pela nossa terra
pela independência
e pela liberdade
alerta! alerta!
às armas! às armas!
alerta!


só teremos a paz definitiva
quando acabar a exploração capitalista
camarada soldado e marinheiro
lutemos juntos pela paz no mundo inteiro
soldados ao lado do povo!
pela paz num mundo novo!
pois claro!


pelo pão e pela paz
e pela nossa terra
pela independência
e pela liberdade
alerta! alerta!
às armas! às armas!
alerta!


pela terra que lhes rouba essa canalha
dos monopólios e grandes proprietários
camponeses, lutam p'la reforma agrária
p'ra dar a terra àquele que a trabalham
reforma agrária faremos!
a terra a quem a trabalha!
pois claro!


pelo pão e pela paz
e pela nossa terra
pela independência
e pela liberdade
alerta! alerta!
às armas! às armas!
alerta!


pela independência nacional
contra o domínio das grandes potências
fora o imperialismo internacional
que tem nas mãos metade de Portugal
abaixo o imperialismo!
independência nacional!
pois claro!


pelo pão e pela paz
e pela nossa terra
pela independência
e pela liberdade
alerta! alerta!
às armas! às armas!
alerta!


não há povo que tenha liberdade
enquanto houver na sua terra exploração
liberdade não se dá só se conquista
não há reforma burguesa que resista
democracia popular!
e ditadura proletária!
pois claro!


pelo pão e pela paz
e pela nossa terra
pela independência
e pela liberdade
alerta! alerta!
às armas! às armas!
alerta!

Canção nº 10
Título: Viagem
Intérprete: Jorge Palma

Música: Nuno Nazareth Fernandes

Letra: Gisela Branco
Orquestração: Jorge Palma

Dir. de Orquestra: Jorge Palma

Vídeo: aqui

Abre o portão e improvisa a partida

leva emoções e alguns livros na mão

deixa o destina e vai recomeçar

do outro lado do espelho

não vende nada o que tem é para dar

agora é mulher

já não é flor pisada

 

tu és a tal há tanto tempo deitada

sempre a sofrer, sempre a morrer por amor

mas já é tempo de abandonares de vez

este teu berço-memória

vais ter orgulho no teu nome de mulher

agora estás de pé

já não és flor pisada

 

saltaste o muro e vais continuar

do outro lado da vida

rompeste as grades do teu jardim-prisão

agora estás de pé

agora és mulher

e o teu nome é liberdade!

Observação: As letras aqui publicadas foram retiradas das versões originais apresentadas no respetivo festival, quando estas existem.

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